sexta-feira, 8 de junho de 2018

Um em cada 5 homens que fazem sexo com homens tem HIV, diz estudo

São Paulo é a capital com a maior taxa. Número de casos entre mais jovens também aumentou.


m 12 cidades brasileiras, um em cada cinco homens que fazem sexo 
com homens (HSH) tem HIV. É o que diz um novo estudo realizado
 pela Universidade Federal do Ceará com financiamento do
 Ministério da Saúde.
O termo homens que fazem sexo com outros homens (HSH)
 é usado na medicina para contemplar aqueles homens que 
não se identificam como gays, mas mantêm relações sexuais
 com homens e também precisam ser incluídos em campanhas
 de saúde pública.
As cidades analisadas foram Manaus, Belém, Fortaleza, Recife,
 Salvador, Campo Grande, Brasília, Belo Horizonte, São Paulo, 
Curitiba, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Brasília teve a menor 
taxa de prevalência com 5,8% e São Paulo a maior: 24,8%.
O estudo foi feito em 2016 com 4176 participantes. Destes, um 
total de 3958 concordou em fazer o teste de HIV revelando que 
17,5% tiveram resultado positivo para a infecção. Somados aos
 participantes que se declararam soropositivos, o estudo teve 
18, 4 % dos participantes com HIV.

Aumento de casos

Dos participantes, 83% se declarou solteiro e 58% tinha menos 
de 25 anos. Segundo a pesquisa, nos últimos 10 anos, houve 
um aumento de novos casos de AIDS notificados entre os homens, especialmente aqueles com 15 a 19, 20 a 24 e 60 anos de idade 
e mais.
De 2006 a 2015, a taxa entre jovens de 15 a 19 anos mais do
 que triplicou (2,4 a 6,7 ​​casos / 100.000 habitantes) e entre os
 de 20 a para 24, dobrou (15,9 a 33,1 casos / 100.000). 
No mesmo período de 10 anos, os casos de AIDS entre 
HSH aumentaram de 35,3% para 46,2% em comparação 
com todas as categorias de casos de AIDS relatados entre
 os homens.

'Aids já não me assusta mais'

De acordo com o estudo, uma frase bastante comum entre 
os mais jovens participantes era: “AIDS já não me assusta 
mais”.
Gerson Pereira, diretor substituto do departamento de HIV/Aids
 e hepatites virais do Ministério da Saúde, reconhece a
dificuldade de "atingir" o público mais jovem, que não 
viveu os primeiros momentos da epidemia: "A gente sabe que 
o jovem de uma maneira geral não procura o serviço de saúde,
 para qualquer que seja a doença. Ele acha que não vai adoecer".
"Com relação a Aids, a gente tem observado que nesses 30 anos
passamos de uma doença   em que as pessoas morriam com
 5 meses de diagnóstico para uma doença que hoje  ninguém
mais morre, se fizer um tratamento regular. Isso diminui o medo

em relação a infecção".
Para chegar até este público, Gerson acredita em investir em 
novo meios como aplicativos e redes sociais e principalmente 
retomar o trabalho de prevenção nas escolas com discussões 
de saúde sexual e reprodutiva falando em prevenção, diagnóstico
 e tratamento da Aids.
Ele acredita que não pode haver estigmatização na hora de falar
 sobre HIV e Aids em escolas: "Na hora que a gente for falar de
prevenção, a gente tem que falar de prevenção para quem é hétero
 para quem é homo... a prevenção tem que trabalhar todos os espectros independentemente da orientação sexual da pessoa".
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem atualmente cerca 
de 900 mil pessoas vivendo com HIV (0,4% da população), 
mas apenas 85% destas são casos notificados.
O estudo apresentado pela Universidade Federal do Ceará e 
publicado na revista científica "Medicine" coloca o Brasil ao 
lado de outros países em que há uma prevalência do HIV 
entre homens que fazem sexo com homens.
Alguns fatores podem explicar o aumento da prevalência do
 HIV entre este grupo no Brasil. A falta de verba para ONGs especializadas e a pressão de políticos conservadores estão entre as possíveis explicações apontadas no estudo.
"Suporte crescente no governo brasileiro para a bancada da 'bala
 boi e Bíblia', no mais conservador congresso na era democrática 
do Brasil, levou a uma regressão da agenda de gênero e 
sexualidade e apoio reduzido aos programas com foco nas necessidades
 dos HSH", dizem os pesquisadores.

Prevenção além da camisinha

O estudo conclui que o aumento no número de casos de HIV
 entre jovens e a demonstrada maior vulnerabilidade entre 
homens que fazem sexo com homens pede das autoridades de medicina maior foco na prevenção e neste grupo específico.
"Nossos resultados argumentam para um esforço de prevenção
 revigorado, combinando abordagens, tais como envolver as
 comunidades nos países em soluções e envolvendo as 
próprias comunidades na pesquisa, publicação e promoção da causa".
Gerson Pereira falou também da importância do trabalho de prevenção no combate ao aumento de casos de pessoas com HIV no Brasil.
"A gente precisa sempre focar na prevenção. E não apenas no
 uso de camisinha. Eu posso fazer prevenção com camisinha, mas também tenho a prevenção biomédica, que é a Prep e a Pep", explica ele, citando as profilaxias de pré e pós-exposição.
Atualmente, o Ministério da Saúde trabalha com a chamada 
"agenda de prevenção combinada", um somatório de ações
 tomadas pelo Ministério em todo país que envolve campanhas, 
vacinação, profilaxia e também o teste de HIV: "Precisamos testar frequentemente as pessoas. Se sou parte da população vulnerável
 preciso me testar sempre para saber se estou positivo e poder 
começar o tratamento imediato".

Resposta: Antes do HIV  a Bíblia já prevenia : 
 13 Quando também um homem se deitar com outro homem,
 como com mulher, ambos fizeram abominação; certamente 
morrerão; o seu sangue será sobre eles.
15 Quando também um homem se deitar com um animal,                                    certamente morrerá; e matareis o animal.
                                                   VOU PARAR POR AQUI 

Nenhum comentário:

Postar um comentário