Caminhão cheio de sangue critica desperdício por preconceito
Ação em SP critica norma que impede homens gays de doarem sangue.
Governo diz que restrição está fundamentada em dados epidemiológicos.
Um caminhão com centenas de bolsas de sangue foi colocado nas ruas da cidade de São Paulo para criticar a determinação que proíbe que homens gays e bissexuais sejam doadores de sangue no país.
A ação foi criada pela agência Africa para uma campanha internacional da All Out, movimento global de defesa dos direitos da comunidade LGBT, e traz a mensagem: "O Brasil desperdiça mais de um caminhão cheio de sangue todo dia por puro preconceito".
"A campanha busca mostrar que, ao não reconsiderar essa proibição, o Brasil impede o diálogo, reforça estereótipos e joga fora litros de sangue que poderiam salvar vidas", diz Leandro Ramos, diretor da All Out. Ele lembra que todo o sangue colhido em bancos públicos e privados do Brasil deve obrigatoriamente passar por testes que permitem a identificação de vírus como o HIV e HCV, que causa a Hepatite tipo C.
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“Se uma pessoa não usa drogas, mantém um único parceiro sexual e usa preservativo sempre, ela pode doar sangue. A menos que seja um homem que se relaciona com outro homem. Mas, se todo sangue doado, seja de quem for, passa por uma série de testes, por que homens gays e bissexuais são proibidos de doar?", questiona Álvaro Rodrigues, vice presidente de criação da Africa.
A campanha conta ainda com um site, na qual homens gays e bissexuais podem entrar em uma "fila de doadores" virtual. A ideia é mostrar o número de novos doadores e a quantidade de sangue desperdiçada pela proibição. Veja o vídeo da campanha
A proibição vem da Portaria 2712, de 12/11/2013, do Ministério da Saúde. Embora não faça referência à orientação sexual de possíveis doadores, a portaria determina que homens que se relacionaram sexualmente com outros homens nos últimos 12 meses são inaptos a doar.
O que diz o Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde informa que os critérios para a seleção de doadores de sangue estão baseados na proteção dos receptores, visando evitar o risco aumentado para a transmissão de doenças por via parenteral.
O Ministério da Saúde informa que os critérios para a seleção de doadores de sangue estão baseados na proteção dos receptores, visando evitar o risco aumentado para a transmissão de doenças por via parenteral.
Segundo o ministério, as restrições para a doação de sangue estão fundamentados "em dados epidemiológicos presentes na literatura médica e científica nacional e internacional, e não em orientação sexual".
"Além dessa recomendação, a realização recente de cirurgias e exames invasivos, vacinação recente, ingestão de determinados medicamentos, tatuagens nos últimos 12 meses, histórico recente de algumas infecções, práticas variadas que deixem o candidato vulnerável a adquirir determinadas infecções, viagens a locais onde há alta incidência de doenças que tenham impacto transfusional, sintomas físicos e temperatura do candidato no momento da doação são alguns dos motivos que também podem tornar o candidato inapto para a doação naquele momento", diz, em nota, o ministério.
"Além dessa recomendação, a realização recente de cirurgias e exames invasivos, vacinação recente, ingestão de determinados medicamentos, tatuagens nos últimos 12 meses, histórico recente de algumas infecções, práticas variadas que deixem o candidato vulnerável a adquirir determinadas infecções, viagens a locais onde há alta incidência de doenças que tenham impacto transfusional, sintomas físicos e temperatura do candidato no momento da doação são alguns dos motivos que também podem tornar o candidato inapto para a doação naquele momento", diz, em nota, o ministério.
"No Brasil, dados do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde apontam que a epidemia de Aids está concentrada em populações de maior vulnerabilidade, tais como homens que fazem sexo com homens, usuários de drogas e profissionais do sexo. Essas populações apresentam maior prevalência de infecção por HIV quando comparadas com a população em geral. Atualmente, cerca de 718 mil pessoas vivem com HIV/Aids no Brasil, indicando uma taxa de prevalência de 0,4% na população em geral. Já nas populações de maior vulnerabilidade, a taxa é de 10,5%", acrescenta.
Sobre o atual índice de doadores de sangue no país, o governo afirma que o percentual atende a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), de que pelo menos 1% da população seja doadora. "Em 2014, a taxa de doação de sangue para cada mil habitantes no Brasil foi de 18,49, ou seja, 1,8%. Entre 2013 e 2014, houve um aumento de 4,5% nas coletas de bolsa de sangue, passando de 3,5 milhões para 3,7 milhões", informa o ministério.
Sobre o atual índice de doadores de sangue no país, o governo afirma que o percentual atende a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), de que pelo menos 1% da população seja doadora. "Em 2014, a taxa de doação de sangue para cada mil habitantes no Brasil foi de 18,49, ou seja, 1,8%. Entre 2013 e 2014, houve um aumento de 4,5% nas coletas de bolsa de sangue, passando de 3,5 milhões para 3,7 milhões", informa o ministério.
RESPOSTA; desperdício por preconceito.........
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