terça-feira, 19 de abril de 2016

SEU FILHO TEM NET ? PEDOFILIA ESTA ATRAS DA TELA

'Não tivemos apoio da delegacia', diz madrasta de menina assediada

Mensagens com conteúdo pornográfico foram enviadas à criança, diz família.
Encontro foi marcado sem intermédio da polícia e suspeito foi espancado.


A madrasta de uma menina de 11 anos, deMogi das Cruzes (SP), que se passou pela menina e marcou encontro com um homem por suspeita de pedofilia, contou ao G1 nesta segunda-feira (18) que a família procurou a Delegacia da Mulher de Mogi das Cruzes, no dia 28 de março, logo que as mensagens com conteúdo pornográfico começaram e que chegou a avisar a polícia do encontro marcado para sábado (16), mas que não recebeu o apoio necessário. Delegada Valene de Souza Bezerra, porém, afirma que caso já estava sendo investigado e que não foi informada sobre o encontro.
A madrasta e o pai foram ao local marcado, na rodoviária da cidade, por conta própria.Eles relataram que ao ver a movimentação, populares perguntaram do que se tratava. Segundo o boletim de ocorrência, a madrasta disse "pedófilo" e o homem foi espancado por pessoas que passavam pelo local e foi hospitalizado.
O delegado Argentino Coqueiro, responsável pelo 1º Distrito Policial, onde o caso foi registrado, disse mais cedo que os pais deveriam ter chamado a polícia antes de marcar um encontro. "Se a polícia estivesse no momento, ele teria sido preso em flagrante. Na verdade acabou que não tivemos a versão dele porque não tinha nem condições de ele ser ouvido. Esse caso foi encaminhado para a DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) que deve representar o pedido da prisão preventiva dele. Como esse caso envolve uma criança, é de atribuição da DDM."
O delegado acrescentou que as pessoas que bateram no homem podem responder por lesão corporal. "Se identificados, serão responsabilizados pelas lesões corporais nesses indivíduos. Já solicitamos cópias das imagens, das gravações, no local das fotos."
A madrasta, porém, diz a família procurou a Delegacia da Mulher e não recebeu apoio. "Esse encontro foi marcado na quinta-feira (14) e, no dia seguinte, nós fomos à Delegacia da Mulher. O investigador do caso não estava lá e uma moça nos disse que seria dificil de a polícia acompanhar pelo horário, que era para adiarmos. A moça me disse também que seria preciso pedir um mandado de prisão e que isso demoraria uma semana, mas a gente não aguentava mais essa situação e não queríamos enrolar ou adiar essa história. Nós fomos orientados que, se pegássemos ele, ele não ficaria impune quando chamássemos a polícia. O fato é que não tivemos o apoio da delegacia", explica a madrasta.Segundo a Delegacia da Mulher, porém, a família não avisou sobre o encontro agendado. “Já tinha um boletim de ocorrência na delegacia e tínhamos um pen drive com imagens. Nós já estávamos investigando. A Delegacia da Mulher não tinha conhecimento sobre o encontro. A família correu um risco. Nós estamos com o inquérito instaurado e estamos investigando o caso”, afirmou a delegada titular da Delegacia da Mulher.
A família conta que as mensagens se prolongaram por cerca de 21 dias. O primeiro boletim de ocorrência foi registrado no dia 28 de março. "Entreguei as mensagens e, em um segundo momento, quando fui entregar novas mensagens e um vídeo dele [com conteúdo pornográfico], nós ficamos aguardando. O investigador nos disse que seria muito difícil identificá-lo e que ele não atendia as ligações da polícia."
Susto
Segundo a família, no começo, os pais não sabiam ao certo o que fazer. “Assim que a primeira mensagem chegou, ela me entregou o celular e eu fiquei assustada. Avisei o pai dela e ele pediu para que eu fosse conversando com ele até ele retornar para casa.”
O pai da menina não estava na cidade e, até que voltasse a Mogi, ela contou que o casal discutia por telefone quais mensagens deveriam ser enviadas. Quando o pai da menina voltou, foi ele quem assumiu as conversas com o rapaz. Nos dias seguintes, nas próximas viagens que o pai fez, ele levou o celular da filha e se comunicava com o rapaz.
Segundo a madrasta, o pai chegou a passar mal durante as conversas. “Para nós, que cuidamos dela desde pequena, é revoltante ver o que ele estava pedindo. Ela é uma criança ainda. O pai fez o que pode, o máximo que ele conseguia fazer ele fez. Ele chegou a passar mal, deu ânsia e subiu a pressão dele. A gente fica lembrando o que poderia ter acontecido”, reflete.
A madrasta diz que precisou "treinar" para se passar pela enteada nas mensagens de voz pelo WhatsApp. “Ele ficava insistindo para que mandasse fotos e a gente dizia que o celular estava com a câmera quebrada. Ele perguntava sobre o corpo e queria ouvir a voz dela. Eu conversei com o meu marido e achamos que eu poderia me passar por ela por ter a voz mais fina. Então eu peguei o meu celular e comecei a treinar a minha voz para enviar áudio, primeiramente no celular do meu marido. Depois que consegui fazer uma voz mais fina, de criança, eu mandei um ‘oi, tudo bem’ para ele. Ele nem desconfiou.”
Mensagens
O pai da menina contou na delegacia que na madrugada de 27 de março que o estranho fez contato com o celular da filha dele pelo WhatsApp. Segundo o pai, havia a mensagem “oi” e a foto de um pênis.
Ainda e acordo comos relatos do pai à polícia, as conversas foram se prolongando e o homem pedia abertamente fotos da menina pelada, perguntava sobre o corpo, etc. Até que o homem propôs um encontro e eles marcaram no Terminal Rodoviário, onde, ainda de acordo com o pai, o homem foi espancado por populares após a madrasta ter disse "pedófilo!" para os que passavam e perguntavam o que estava acontecendo.
O suspeito foi internado no Hospital Luzia de Pinho Melo. A Secretaria Estadual de Saúde informou que não está autorizada a informar seu estado de saúde. O pai entregou cópia das mensagens à polícia. Um boletim de ocorrência foi registrado no 1º Distrito Policial com base no artigo do Estatuto da Criança e do Adolescente que trata de “aliciar, assediar, instigar ou constranger.”
O suspeito não foi levado para a delegacia porque precisou ser hospitalizado, mas no boletim de ocorrência consta que ele é “averiguado”. A Secretaria Estadual de Saúde informou que o hospital não autorizou a divulgação do estado de saúde do suspeito.
A família da menina lamenta que o rapaz não tenha sido preso. “A gente fica mais aliviado por saber que nada de ruim aconteceu com ela, mas ficamos indignados por ele não ficar preso e responder em liberdade. Ficamos até com medo de retaliações. Não sei se ele vai continuar a fazer isso, espero que não. Mas a sensação que fica é que tentamos tirar mais um”, comenta a madrasta. (FONTE E FONTOS G1)
RESPOSTA: Pais temos que vigiar nossos filhos o perigo fica por trás de uma tela.



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